domingo, 30 de dezembro de 2012

MACACO-PREGO




O termo macaco-prego é atualmente a designação genúina das espécies do gênero Sapajus (espécies com topete do antigo gênero Cebus). Antes consideradas como subespécies de Cebus apella, são hoje consideradas espécies distintas.
As espécies remanescentes do gênero Cebus são comumente tratadas como macacos-prego no sul e sudeste do Brasil, mas na sua área de ocorrência elas tem o nome comum de caiarara.
A taxonomia dos popularmente conhecidos macaco-prego sempre passou por modificações constantes. Ela passou por uma série de modificações em curto espaço de tempo até a classificação de Hill(1960), que colocou todos os táxons em uma única espécie:- Cebus apella.
A partir da classificação de Groves(2001), as  diversas subespécies de C. apella foram elevadas ao status de espécies. Em 2012, Alfaro Lynch e colaboradores dividiram o gênero Cebus em dois, levando-se em consideração caracteres morfológicos e comportamentais, mantendo o gênero Cebus para os que possuem forma "Grácil" e habitam o bioma Amazônico e o gênero Sapajus para os que possuem forma mais "Robusta" e habitam as áreas de Floresta Atlântica, Cerrado e Caatinga.
Esses dois tipos também foram identificados por Silva Jr (2001).

dados moleculares também sustentam a essa divisão, onde os "macacos-prego robustos" formam um clado e os "macacos-pregos gráceis" formam outro.
Estas duas formas evoluíram a partir do mioceno, quando um grupo ancestral ficou isolado na Amazônia e outro na Floresta Atlântica.
No Pleistoceno, ambas as formas se diversificaram, sendo que a cerca de 400.000 anos atrás, o gênero Sapajus foi para regiões do Cerrado e bacia Amazônica.
A área de ocorrência das espécies do gênero vai desde a bacia Amazônica, passando por todo o Brasil Central, até a região sul do Brasil, ocorrendo também no Paraguai e nordeste da Argentina.
O topete, a forma mais atarracada e mandíbula mais robusta são características do gênero Sapajus.
Chama a atenção a presença de um topete na cabeça dos animais, mais proeminentes nos machos.
Os representantes do gênero possuem características cranianas e dentárias mais robustas, que ficam evidentes nos machos, com o aparecimento de uma crista sagital no topo do crânio o que torna o dimorfismo sexual no gênero Sapajus mais pronunciado do que se observa no gênero Cebus. Foi constatado também, um aumento na massa corpórea nos indivíduos do gênero, não acompanhado por um crescimento acelerado dos membros, o que acaba resultando em um aspecto mais atarracado. Possuem maior robustez na mandíbula e em elementos do esqueleto pós-craniano, notadamente nos membros. Tais características principalmente a crista sagital (propiciando uma maior área de origem do músculo temporal e funcionalmente mais força), estão relacionadas a durofagia, ou seja, á mastigação e forrageio de alimentos mais duros.
O comportamento dos Cebíneos é extremamente plástico o que pode dificultar a observação de comportamentos típicos para determinados gênero. Dentre os comportamentos observados, o uso de ferramentas (neste caso, definido como utilização de pedra na quebra de cocos e outros alimentos mais duros) é um do mais fascinantes e unicamente observados no gênero Sapajus em liberdade e semi-liberdade. É  importante salientar que tal padrão de comportamento foi observado em animais que vivem em ambientes mais savânicos e secos e isso não foi observado em florestas úmidas. Tal atividade parece estar relacionado ao tempo em que os animais passam no solo.

Tal capacidade já foi observada há tempos, por Gonzalez Fernandes de Oviedo em 1526, assim como sua  inteligência faz parte da cultura popular.
Os representantes desse gênero também possui um dos maiores repertórios de comportamentos de corte e sexual. Chama bastante a atenção a forma ativa em que as fêmeas procuram o macho alfa quando se encontra no cio, e é mais surpreendente ainda , como esse macho é inicialmente relutante as investidas das fêmeas.
Dentre os comportamentos observados na corte, foram registradas também:- troca de olhares entre macho e fêmea, múltiplas montas , ocorrendo também, monta por parte da fêmea no macho, e exibições pós-copulatórias. É notável que tais comportamentos não sejam observados nos representantes do gênero Cebus. Izar e colaboradores observaram que S. nigritus (um macaco da Floresta Atlântica) e S. libidinosus (um macaco típico do cerrado) apresentam o mesmo sistema de acasalamento poligínico, apesar de várias diferenças ecológicas propiciadas pelos dois ambientes em questão, reforçando a hipótese de que o comportamento sexual no Sapajus constitui uma característica conservadas nas espécies e, portanto pode ser usada para definir o gênero.
As espécies do gênero são altamente adaptáveis, sendo encontradas desde ambientes com florestas densas, até ambientes bastantes antropizados.
Mas vale dizer que em ambientes muito modificados pelo homem, a ecologia (território e dieta, principalmente) pode ser drasticamente afetada, resultando, inclusive, em superpopulações, consequentes da diminuição da extensão do habitat (aumentado a densidade no fragmento),concomitante com  a extinção de seus predadores naturais (o que aumenta o crescimento populacional propriamente dito).
Os macacos-prego possuem uma anatomia adaptada à durofogia (alimentos duros, como coquinhos e nozes). Tal capacidade conferiu a eles uma enorme adaptabilidade, e inclusive a capacidade de se sobressair sobre as espécies do gênero Cebus, como é observado na Floresta Amazônica.

Estudos feitos no sudeste do Brasil, em um fragmento de 250hs, mostram a enorme capacidade de adaptação desse animais às variações na disponibilidade e qualidade dos alimentos que compõem sua dieta:- esta se compõe de mais de 50% de frutas, entretanto, quando sua disponibilidade diminui, eles passam a predar sementes, flores e se em ambientes mais antropizados, ele invade plantações. Por conta de sua habilidade em se alimentar de qualquer tipo de alimento, eles podem existir em ambientes mais "inóspitos" a outros cebídeos como é o caso da Caatinga e do Cerrado.
A espécie Sapajus libidinosus é típica do cerrado e é uma das que mais utiliza alimentos duros e difíceis de digerir em sua dieta.
Os territórios dependem da disponibilidade e distribuição de comida no ambiente, sendo que existe uma correlação positiva entre o número de fêmeas e o tamanho do território em que está inserido o grupo. Como mostrado por Izar e colaboradores (2011), o risco de predação, a disponibilidade e qualidade de alimento é de sua importância na determinação da relação entre as fêmeas de um mesmo grupo. S. Libidinosus possui um matrifocal, com hierarquia de dominância entre as fêmeas, visto, no ambiente em que vivem (Caatinga e Cerrado), existir um maior risco de predação, mas alimentos de boa qualidade durante o ano todo. Já S. nigritus, no Parque Estadual Carlos Botelho (área de Mata Atlântica), estão expostos a um menor risco de predação, mas uma maior sazonalidade nos alimentos de boa qualidade, tornando as fêmeas menos competitivas entre si, não existindo coalizões entre elas dentro do grupo.
Existe relatos de que são capturados por tipo de gavião chamado gavião-pega-macaco ou uiraçu-falso. Outros tipos de predadores são: - cobras da família da jibóia, águias como a harpia e alguns felinos de porte maior que ele.



A gestação ocorre uma vez ao ano, com uma única cria (gêmeos são raros), cujo o período de gestação é de cerca de seis meses. Os adultos pesam entre 1,10 quilos e 3,30 quilos, enquanto que os filhotes têm peso de cerca de 260 gramas.
O grau de ameaça de extinção das espécies do gênero varia bastante. De acordo com a IUCN, S. libidinosus, S. cay, S. apella, S. macrocephalus encontram-se em estado "Pouco Preocupante", principalmente por possuírem uma ampla área de distribuição geográfica e serem espécies generalistas e altamente adaptáveis, mas reconhece-se a possibilidade de em um futuro  próximo (cerca de 45 anos) eles estiverem em um grau maior de ameaça. Sapajus nigritus encontra-se na categoria "Quase Ameaçado" da IUNC, e S. flavius e S. Xanthoternos são os mais ameaçados "Criticamente em Perigo" pois S. flavius esta reduzido a cerca de 180 indivíduos, com grupos isolados entre si (devido ao intenso desmatamento que ocorreu em sua área de distribuição) e S. xanthosternos também só ocorre em pequenas áreas protegidas e provavelmente suas populações diminuirão cerca de 80% em três gerações.




































sábado, 10 de novembro de 2012

MACACO BONOBO



O bonobo, também chamado Chimpanzé pigmeu e menos freqüentemente Chimpanzé anão ou Grácil, é uma das duas espécies que compreendem o Gênero Pan. A outra espécie no Gênero é Pan Troglodytes, ou Chimpanzé comum.
Ambas as espécies são Chimpanzés, embora esse termo seja usado principalmente para a maior das duas espécies. O Troglodytes.

Distingue-se pelas pernas relativamente longas, lábios cor-de-rosa e o rosto moreno. O bonobo é encontrado numa área de 500.000  quilômetros quadrados da Bacia do Congo na República Democrática do Congo , na Africa Central. A espécie é omnívora e habita as florestas primárias e secundárias , incluindo as áreas pantanosas.
O Bonobo é popularmente conhecido por seus altos níveis de comportamento sexual. Os Bonobos tem relações sexuais para apaziguar os conflitos, adquirem status social, afeto, excitação e redução do estresse. Junto com o Chimpanzé comum, o Bonobo é o parente vivo mais próximo do ser humano.
Apesar do nome comum alternativo , o Chimpanzé - Pigmeu , não é diminuto em comparação com o Chimpanzé - Comum. Pigmeu pode ter aparecido por causa dos povos Pigmeu que vivem na mesma área. O nome Bonobo apareceu pela primeira vez em 1954, quando Tratz e Hick propuseram o novo termo.

Os fósseis de Chimpanzé não foram descritos ate 2005. As populações de Chimpanzé existem na Africa Ocidental e Central não se sobrepõem com os principais de fósseis humanos no teste da Africa. No entanto , já foram relatados fósseis de Chimpanzés no Quênia. Isto indica que ambos os seres humanos e os membros do Clado Pan estavam presentes no teste africano e no grande Vale do Rift durante o médio Pleistoceno. De acordo com a Zihlman , as proporções do corpo de Bonobo se assemelham as dos Austratopithecus.
È geralmente considerado mais grácil do que o Chimpanzé - Comum, e as fêmeas são um pouco menores que os machos . A massa corporal em machos varia entre os 34 a 60 quilos , contra uma média de 30 quilos no sexo feminino.


O comprimento total dos Bonobos (desde o nariz até a anca) é de 70 a 83 centímetros. A cabeça também eh menor do que a do Chimpanzé - Comum , com menos cumes proeminentes na testa acima dos olhos. Tem um rosto preto com lábios cor-de-rosa, orelhas pequenas,narinas largas e cabelos compridos na sua cabeça. As fêmeas tem as mamas ligeiramente mais proeminentes, em contraste   com os seios planos de outros macacos fêmeos, embora não sejam tão proeminentes como os dos seres humanos. O Bonobo também tem um corpo mais esbelto, ombros estreitos, pescoço fino e pernas longas, quando comparados as do Chimpanzé - Comum.
Os Bonobos são tantos terrestres como arbóricolas. São animais quadrupedes, podendo locomover-se de forma bípede quando têm as mãos ocupadas.

Entre os Bonobos, assim como ocorre com outras centenas de espécies animais já estudadas pela etologia, pode não existir relação direta entre sexo e reprodução. Tanto entre Bonobos quanto entre humanos , essa distância entre sexo e reprodução é particularmente acentuada.

É no campo sexual que os Bonobos se revelam muito criativos. O sexo é a chave da vida social dos Bonobos.
Para os Bonobos, é o sexo que funciona como instrumento de compensação de agressividade e faz o papel de agente reconciliador. Isso é possível porque ao contrário de maioria das fêmeas de outras espécies, que só são receptivas ao sexo no período fértil , as fêmeas Bonobos são atrativas e ativas sexualmente durante quase todo o tempo. Os Bonobos são capazes de passar no teste no espelho. Eles se comunicam principalmente através de meios vocais, embora o significado de suas vocalizações não sejam atualmente conhecidos. No entanto a maioria dos humanos entendem as suas expressões  faciais e alguns dos seus gestos naturais, como o convite para brincar. Dois Bonobos do Great Ape Trust, Kanzi e Panbanisha, foram ensinadas a se comunicarem usando um teclado de lexigramas e podem responder a frases faladas. Kanzi têm um vocabulário de mais de quinhentas palavras em inglês e ele compreende mais de três mil palavras faladas em inglês. Kanzi é conhecido por aprender através da observação das pessoas a ensinar sua mãe, Kanzi começou a fazer as tarefas que sua mãe era ensinada apenas observando, dos quais algumas a mãe nem queria saber.



algumas pessoas como o filosofo e bioeticista Peter Singer, argumentam que esses resultados deveriam permitir  aos grandes primatas terem os mesmos direitos que os humanos.
O Bonobo é enêmico da Republica democrática do Congo e é encontrado nas áreas em volta do Rio Congo. Em 1990, seguindo as recomendações do World Wildlife, tenha sido aprovada uma reserva de 3.800 quilômetros quadrados na Reserva Florestal de Lomako, porém a instabilidade politica nunca permitiu concretizar o projeto. Hoje essa área padece do que se chama "Síndrome da Floresta Vazia", onde quase nenhuma, em comparação com a exuberância do passado.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

BABUÍNO ANÚBIS



O Babuíno Anúbis (Papio Anubis) é membro da família Cercopithecidae (macacos do velho mundo).
A espécie é a mais espalhada de todas as espécies de babuínos.
É encontrada em vinte e cinco países através da África, estendendo-se do sul de Mali até a Etiópia e a Tanzânia. Populações isoladas também são encontradas em algumas das montanhas das regiões do Saara.
Essa espécie habita savanas, estepes e florestas.
O babuínos Anúbis é nomeado assim por causa da sua semelhança com o antigo deus egípcio anúbis, que era freqüentemente representado por uma cabeça de cão muito parecida com a face do babuíno. De perto, possui coloração múltipla, devido a anéis marrom-amarelados e pretos nos seus pelos. De longe, a impressão é de possuir coloração coloração cinza-esverdeada.



Essa designação genética para antropóides cercopitecídeos do gênero Papio e afins, caracterizados pelo focinho pontudo, caninos grandes, bochechas volumosas e calosidades na nádegas. 
Esse animal sei-quadrúpede da ordem dos primatas que mede até setenta centímetros de comprimento.
Vive na África e seu habitat natural é nos campos abertos (savana, pastagens ou terrenos rochosos).




Geralmente os babuínos vivem em grandes bandos comandados pelos machos dominantes.
Ao contrário do que ocorre com a maioria das outras espécies, quase não há disputas pelo controle do bando ou pelo direito de se acasalar com as fêmeas, o único privilégio que os machos dominantes têm é de se alimentar primeiro quando se encontra alimento.
Os babuínos são onívoros (omnívoros), isto é comem muitos tipos diferentes de alimento.
A sua dieta, entretanto, vária de acordo com a estação do ano, o território que está sendo habitado, a idade e o sexo do individuo.
As fêmeas e os filhotes recém-nascidos, por exemplo, alimentam-se de capim, já os filhotes mais desenvolvidos comem casca de árvore, insetos e lagartos.


Ao contrário dos macacos, os babuínos passam a maior parte do tempo no chão. Suas caudas não são preênsis. 
Os babuínos são grandes lutadores e demonstram pouco medo de outros animais, inclusive seres humanos.
todos têm hierarquias fortes e complexas dentro do grupos familiares.
Os machos possuem uma juba e são maiores e mais pesados do que as fêmeas.
Em média, machos têm setenta centímetros de altura e vinte e quatro quilos. Já as fêmeas medem setenta centímetros e pesam quinze quilos.
As fêmeas dos babuínos atingem a sua maturidade sexual aos dois anos de idade, mas o seu índice de fertilidade só se evidencia aos quatros anos de idade. Têm um período de gestação de cerca de seis meses e dão à luz apenas uma cria.



As crias são profundamente dependentes das progenitoras e são freqüentemente vítimas de acidentes e das brigas entre os machos que se disputam uns aos outros para procurar dominar o grupo.
Um babuíno macho adulto pode viver de três a quatro dezenas de anos.

sábado, 6 de outubro de 2012

MACACOS

ALOUATTAS OU BUGIO




Bugio é uma denominação comum a primatas da família Atelidae e gênero Alouatta.
Possuem uma ampla distribuição geográfica, desde o México até o norte da Argentina. Residem também nas selvas da América Central e na América do Sul.
São animais de porte relativamente grande, a cabeça e o corpo tem de 38 à 58 centímetros, a cauda mede entre 52 e 67 centímetros. O peso varia desde os 3,2 até uns 7,6 quilos. Este conjuntos de fatores convertem-no na maior espécie de primata da América Central.

A coloração é principalmente negra com uma pelagem comprida e amarelada sobre o dorso, no entanto também há indivíduos de cor café ou castanha escura. A cabeça é grande. a cara é nua e negra com barga. A cauda é comprida e preênsil.
Os bugios são primatas predominantemente folívoros, ingerindo principalmente brotos e folhas jovens. Não
é raro frutos terem uma porcentagem maior da dieta, como observado em Alouautta Priga e Alouautta Discolor.
Estudos em uma floresta seca da costa rica determinou-se que as flores e as folhas constituem 63,3% da sua dieta e os frutos 36,7%.
São de hábitos diurnos e são sedentários possuem pouca atividade social. Vivem em grupos de em média dez indivíduos em um sistema poligínico de  acasalamento. Possuem vocalizações caracteristicas, que podem ser ouvidas a quilômetros de distância.

Estudos com análise de DNA mitocondrial corroboram a hipótese de que o gênero é um grupo monofilitico, que pode ser dividido em dois grandes clados.
Um clado representa as espécies encontradas na América do Sul e o outro, as especies encontrada no México e América Central.
O gênero se separou de Sapajus há cerca de vinte e um milhões de anos atrás, e sofreu uma grande diversificação de espécies de forma recente e rápida ( há menos de quatro milhões de anos ).
Várias subespécies foram elevadas a categoria de espécie. São reconhecidas vite e três táxons do gênero, distribuídos em três grandes grupos.


Os macacos do gênero Alouauttas são encontrados desde o Estado de Vera Cruz, no México, até o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, e a Província de Corrientes, na Argentina.
A ampla distribução geográfica do Bugio faz com que ele seja encontrada em inúmeros biomas e ecossistemas da América do Sul e Central, desde formações florestais da Mata Atlântica e Amazônia até formações abertas, como o Cerrado, no Brasil.
São animais maciços, de maior porte com relação aos  outros primatas sul-americanos, pesam em média 7 quilos, possuem uma longa pelagem, maior na mandíbula e lados da face, formando uma barba que esconde o volume do osso hióide, que é muito volumoso nesse gênero. Esse osso é bem maior nos machos funciona como uma caixa de ressonância, o que permite um a vocalização bem desenvolvida, embora, com pouca variedade de sons.
A face é negra e nua e os bugios possuem uma longa cauda preênsil com uma palma.
O dimorfismo sexual é bastante acentuado, principalmente em Alouatta Caraya, Alouatta Guariba e Aloauatta Belzebul, com as fêmeas sendo, geralmente, 70% menores que os machos.
Em algumas espécies existe uma  grande variação na cloração da pelagem, o que dificulta a identificação do sexo e da espécie, como no caso de Alouatta Seniculus.

Por conta do enorme volume do osso hióide, os bugios emitem vocalizações poderosas, que podem ser ouvidas à quilômetros de distância. Tais vocalizações são emitidas, na maioria das vezes, em contextos de relações inter-grupos. De fato, a maior parte das vocalizações de dão quando ocorrem contato visual entre os grupos de bugios, e simulações da presença de intrusos significativamente aumentam essas vocalizações, principalmente por parte do macho dominante, que realiza buscas em torno do local que estão sendo emitidas as vocalizações simuladas.
As vocalizações acabam por impedir que outros grupos se aproximem, evitando encontros agressivos diretos.
As femeas têm a sua primeira cria por volta dos dois anos de idade. O período de gestação dura cerca de 186 dias.
Os filhotes nascem em média a cada 22,5 meses por femeas, que atingem a maturidade sexual entre 36 e 42 meses de idade.Na Argentina em que existe uma sazonidade no regime de chuvas e de disponibilidade de alimento, foi constatado um período específico para acasalamento e nascimento, e coincide com os meses mais secos do ano.
A maturidade sexual dos juvenis acaba se dando em meses mais chuvosos e com maior disponibilidade de alimentos.
A invasão por outros, tal como mudanças na composição de adultos no grupo e no status de machos já residentes ao território, provoca a ocorrência de infanticídios, como observado em Alouatta Seniculus e alouattas Pigra.
As espécies do gênero alouatta possuem boas perspectivas na sobrevivencia em ambientes humanizadas no Neotrópico. Cerca de 35% dos táxons que compõe o gênero estão em categorias que denotam algum risco de extinção. Trata-se de um numero baixo em relação a outros gêneros de primatas  sul-americanos como Ateles e Brachyteles.
A pouca exigências com questão a alimentação e área de vida, assim como a ampla distribuição geográfica, faz com que somente pertubações muito drásticas do ambiente, como total desmatamento de uma área ou a construção de uma usina hidrelétrica e a caça desenfreada afetem a integridade das populações. Entretanto algumas subespécies encontram-se em grave risco de extinção, como  o Alouatta Guariba, considerado como "Criticamente em Perigo", segundo a IUCN.
Os seus inimigos naturais são o jaguar, o puma, o ocelote e a aguia harpia. Há populações separadas, uma no México e a outra na América Central. No México distribuem-se pelos de Vera Cruz, Tabasco, Oaxaca e Chiapas. A outra população encontra-se desde nas Honduras (na fronteira com a Guatemala) até o Peru, através da Nicarágua, Costa rica, Panamá, Colômbia e Equador.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

RAPOSAS

A raposa é o carnívoro selvagem com a maior distribuição e abundância do mundo.
Tem um focinho esguio, com orelhas longas e pontiagudas, e uma cauda espessa e vistosa com cerca de cinquenta cm de comprimento. A pelagem na maioria das vezes é castanho-avermelhada, e as patas estão dotadas de garras não retráteis.
O corpo e a cabeça apresentam um comprimento que pode vaiar entre sessenta a noventa centímetros, e peso entre cinco a dez quilos. As fêmeas são sensivelmente menores que os machos.
É um animal com atividades crepuscular e dieta quase exclusivamente carnívora. Dela fazem parte pequenos 
mamíferos: coelhos, lebres, ouriços-cacheiros, aves, peixes, insetos e ocasionalmente frutos silvestres e cultivados.
Os desperdícios humanos são também procurados e épocas de maior carência, sendo por isso comum aproximarem-se de lixeiras próximas de centros urbanos.
Consomem cerca de quinhentos gramas de alimentos por dia.
O que caça e não consome no próprio dia esconde para consumo posterior. Chega a ter cerca de vinte esconderijos de comida, conseguindo lembrar-se de todos.
Nas zonas rurais, por vezes assalta os galinheiros, tendo o hábito de matar em excesso, o que lhe vale uma má fama entre essas comunidades.
Vive em grupos, formados por um macho adulto e várias fêmeas.
As raposas constituem casais apenas na época do 
acasalamento, que ocorre em meados 


do inverno para as raposas vermelhas, a espécie mais difundida.
Uma vez estabelecido um casal ocupa um pequeno território que passa a defender de outras raposas. 
Os filhotes nascem após um período de cinquenta dias de gestação, e seu numero e tamanho variam conforme a espécie e o ambiente.
Nos dias que sucedem ao nascimento, o macho traz o alimento para a fêmea enquanto ela cuida dos filhotes na toca, mais tarde o casal passa a caçar para alimentar os filhotes. Em meados do verão as jovens raposas começam a caçar sozinhas e se tornam auto suficientes no outono. No inicio do inverno, os filhotes deixam o território e a família de desfaz.

Os habitats das raposas são regiões de clima temperado. Podemos encontrar este animal na América do Norte, Austrália, Eurásia, Norte da Europa e Norte da África.
Escolhem locais para viver em que podem encontrar alimentação em grande quantidade.
Utilizam tocas escavadas e protegidas pela vegetação, construídas por ela própria ou aproveitando as de texugos ou coelhos.
Uma raposa saudável vive, em média dez anos de idade.
As principais espécies são: raposas-das-estepes, raposa-vermelha (mais conhecida), raposa-do-ártico, raposa-cinzenta, raposa-orelhuda, raposa-do-campo e raposa-das-ilhas.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

MORCEGOS



Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar, tendo seus membros anteriores (mãos e braços) transformados em asas, as quais são diferentes das aves. Os morcegos representam um quarto de todas as espécies de mamíferos do mundo. São pelo menos1.116 espécies, que possuem uma enorme variedades de formas e tamanhos, podem ter uma envergadura de cinco centímetros a dois metros, uma enorme capacidade de adaptação a quase qualquer ambiente e uma ampla diversidade de hábitos alimentares.
O morcego tem a dieta variada entre os mamíferos, pois podem comer frutos, sementes, folhas,néctar, polem, pequenos vertebrados, peixes e sangue.Somente três espécies se alimentam exclusivamente de sangue: são chamados morcegos hematólogos ou vampiros encontrados apenas na América Latina. Dessa maneira morcegos contribuem substancialmente para a estrutura e dinâmica dos ecossistemas, pois atuam como polemizadores, dispersores de sementes, predadores de insetos, fornecedores de nutrientes em cavernas dentre outras funções. Possuem ainda o extraordinário sentido da ecolocalização que utilizam para orientação, busca de alimentos e comunicação.


Há duas subordens de morcegos:

-Megachiroptera: raposas-voadoras
-Microchiroptera: verdadeiros morcegos
Os megachiroptera são encontrados na África, Oceania e Asia. Como seu nome indica, nesta subordem que encontram-se os maiores morcegos do mundo, os quais chegam a dois metros de envergadura e comem frutas. Não utilizam a ecolocalização, à excepção do Gén.Rousettus.
A subordem contém os mais variados hábitos alimentares, comendo desde frutas até peixes, e com frequência dependem da ecolocalização para navegação e para encontrar presas.
Três espécies se destacam por terem desenvolvido um hábito alimentar por sangue, os hematólogos.
Acreditava-se que essas duas subordens tinham-se desenvolvido de forma independente e que suas caracteristicas similares eram resultado de evolução convergente. porém, analises filogenéticas mostraram que os grupos têm um ancestral voador comum. Mas na verdade as raposa-voadoras parecem estar contidas dentro de uma linhagem evolutiva dos demais morcegos.

Sabe-se pouco sobre a origem dos morcegos, já que seus esqueletos pequenos e delicados não fossilizam bem.
Com a exclusão dos chiroptera, o grupo passou a ser batizado de Euarchonta. Parece que os chiroptera estão mais relacionados à antiga ordem Insectivora, que atualmente está dividida em ordens menores.
No tempo frio os morcegos enrolam-se em suas próprias asas como um casaco. No calor, eles as expandem para refrescar seus corpos.
O polegar e,às vezes, o segundo dedo dos membros anteriores, têm garras, bem como os cinco dedos dos membros posteriores. As arras traseiras permitem aos morcegos agarrarem-se aos galhos ou saliências. Os morcegos também podem se mover no chão, mas são bastante desajeitados.
Quase todos os morcegos são ativos à noite ou ao crepúsculo, com exceção do grupo das raposas-voadoras, que inclui muitas espécies diurnas. Os seus sentidos de olfato, paladar e audição são excelentes e, ao contrário do que muitos pensam, morcegos possuem uma boa visão. eles possuem também o sentido da ecolocalização, que levou a diversas modificações morfológicas em várias espécies de morcegos, chegando a aparências bizarras como a dos morcegos Centúrio.
Seus dentes, no geral, se parecem com os dos mamíferos da ordem Insectívora. Porém há uma grande variedade de dentições entre os morcegos, relacionados às suas linhagens evolutivas e hábitos alimentares. Por exemplo, morcegos frugívoros costumam ter um grande números de dentes, tendo molares e pré-molares bem largos e  fortes, que usam para mastigar a polpa fibrosa de muitos frutos.
Já morcegos que se alimentam de néctar têm poucos dentes, que são de menor tamanho, já que esses morcegos só bebem líquidos.
Morcegos-vampiros, por sua vez, têm dentes incisivos bastante grande e afiados, que usam para fazer cortes precisos e superficiais nas suas presas, das quais lambem o sangue.
A maioria dos morcegos possui um sexto sentido, aliado aos cinco a que nós humanos estamos acostumados: a ecolocalização, ou seja, orientação por ecos. O morcego emite ondas ultrassônicas (frequências acima de 20 khz, inaudíveis para humanos) pelas narinas ou pela boca, dependendo da especie. Essa ondas atingem obstáculos no meio ambiente e volta na forma de ecos com frequência maior (Efeito Doppler). Esses ecos são percebidos pelo morcego, Isso é especialmente útil para caçar insetos voadores, mas morcegos com outras dietas também usam bastante esse sentido.
A ecolocalização também pode ser chamada de biossonar, pois  apartir desse sistema natural foram desenvolvidos os sonares de navios e aparelhos de ultrassom.
A eficiência da ecolocalização varia entre as espécies de morcegos.
Alguns morcegos usam a ecolocalização também para se comunicar, isso é importante principalmente no reconhecimento entre mães e filhotes.
Morcegos-vampiros tem ainda um sétimo sentido, a termopercepção.
Embora a habilidade de voar seja congênita, imediatamente após o nascimento as asas ainda são pequenas demais para voar. Os jovens morcegos da ordem microchiroptera se tornam independentes com a idade de seis a oito semanas, os da ordem megachiroptera não antes dos quatro meses. Com a idade de dois anos os morcegos estão sexualmente maduros.
A maioria dos morcegos tem apenas um filhote por gestação e tem até duas gestações por ano. Os morcegos do gênero Lasiurus, costumam ter quadrigêmeos, e alguns morcegos Myotis podem ter até quatro gestações por ano.
A expectativa de vida do morcego vai de quatro a trinta anos, variando muito conforme a espécie. Morcegos que se alimentam de plantas costumam ter sua sazonalidade reprodutiva influenciada pela oferta dos frutos ou flores que mais gostam, porém alguns locais variações no clima podem ser importante para a sua existência e reprodução.